ASSOCIAÇÃO LUSO-BRASILEIRA DE CAMPO GRANDE - MS

Bando e Velhas fazem show histórico em encontro no Estoril

Quem foi ao Clube Estoril no último sábado (16) teve a oportunidade de presenciar um show histórico. O encontro entre o Bando do Velho Jack e Velhas Virgens ficará na memória do público como um dos grandes momentos da cena do rock em Mato Grosso do Sul.

Com uma estrutura diferenciada, o salão social conhecido pelos grandes carnavais foi equipado com iluminação e som pesado para dar conta dos artistas que subiram ao palco. No entorno, o evento também ficou redondo com a participação do chope artesanal da Eden Beer e de food trucks que instalaram uma praça de alimentação do lado de fora.

“É a primeira vez que os food trucks participam. Eles ficaram em uma posição legal, de destaque. É algo novo, eles precisam desse tipo de espaço e é mais uma parceria que estamos buscando para os eventos grandes daqui, é uma novidade” afirmou o presidente da Associação Luso-Brasileira de Campo Grande MS, Horácio Andrino, que veio com sua esposa Denise assistir ao show.

Trazendo espetinhos e cortes especiais, Philipi Furtado apresentou seu truck “Classe A” no Estoril. “É uma iniciativa muito boa pra gente, mostra nosso trabalho, além de vendermos. É um ambiente legal com pessoas tranquilas. Parabéns ao Estoril pela iniciativa, nós que somos proprietários de food precisamos dessa visão, é uma parceria de sucesso, que venham os próximos” disse Furtado.

O público se concentrou em frente ao palco quando Marcello Pettengill anunciou a entrada do Bando do Velho Jack. O telão de led exibiu fotos e clipes antigos da banda e uma introdução musical criou o clima para que eles entrassem. Rodrigo Tozette foi ao microfone e soltou a clássica frase de abertura “Vocês estão prontos para o Rock and Roll?”

Fábio Corvo na guitarra, Alex Cavalheri no teclado, Bosco na bateria, Marquinhos no baixo e Rodrigo no vocal, apresentaram os clássicos da banda como “Gasolina”, “A Minha vida é Rock and Roll” e “Palavras Erradas”.

Parte do trabalho do Bando é repaginar músicas regionais homenageando grandes artistas de MS. Por isso o show ficou completo com suas versões de “Trem do Pantanal” de Geraldo Roca e Paulo Simões, “Cavaleiro da Lua” de Almir Sater e “Sangue Latino” conhecida na voz de Ney Matogrosso. O mais marcante, no entanto, foi o momento de homenagear com uma música o ícone do blues brasileiro, Renato Fernandes, cujo falecimento completou 4 anos na data do show (16).

“Eu toquei com o Renato, foi a segunda banda que eu tive em Campo Grande, a Blues Band, e foi muito legal poder participar, tocar suas composições. Foi um prazer ter conhecido e convivido com ele” afirmou o baixista Marquinhos. O evento, que foi uma parceria direta do Bando com o Clube Estoril, foi a primeira iniciativa conjunta e o resultado deixou o músico satisfeito. “Falta na cidade um espaço exatamente como este. Ou tem bares pequenos, para 500, 600 pessoas, no máximo, ou casas de show muito grandes, para 6 mil pessoas, onde principalmente só rola sertanejo. Então este espaço é perfeito pra esse tipo de evento, que é um evento do nosso tamanho. A parceria foi maravilhosa. O espaço é bom, tem camarim e toda a estrutura para que a gente possa tocar legal” disse Marquinhos.

Existe uma proximidade real entre o Bando e Velhas. Após serem line-up de um evento chamado “Expo Rock” em São Paulo, por volta do início dos anos 2000, se conheceram pessoalmente e a relação entre os músicos ficou próxima. Paulão, vocalista do Velhas, compôs naquela época “Velhos e Velhas” uma letra que conta o encontro das bandas, e deu para Rodrigo musicar. Aproveitando a ocasião, o Bando convidou nesse sábado o vocalista para fazer uma participação cantando a sua letra.

Paulão fez o que sabe, um show, e deu a tônica do que viria logo mais com a apresentação do Velhas Virgens. Amassou um copo de plástico cheio na cabeça, foi performático e gritava “Tesão” com o punho em riste.

No camarim, o músico mostrou sua admiração pelos amigos do Velho Jack. “Campo Grande dá muito orgulho por esse espírito roqueiro. Há uma correspondência curiosa entre Mato Grosso do Sul e o Sul dos Estados Unidos, e a grande banda, o grande expoente desse som, é o Bando do Velho Jack. A maior banda de rock sulista brasileira e uma das maiores que eu já ouvi” afirmou Paulão. O vocalista e a banda tiraram foto com os presentes que receberam de uma marca de camisas de MS que trabalha a temática regional, a Capivaral.

Quando subiram ao palco, Tuca, Simon, Juju, Fil, Cavalo e Paulão mostraram os motivos que fazem a banda ter 30 anos de sucesso. Além das composições provocativas, bem humoradas e cheias de sarcasmo, cada um deles é um showman. Não apenas Paulão, como também Juliana Kosso e os outros membros se dedicam a entreter o público com caras, bocas, expressões corporais e transmitem toda vontade que tem de estar ali tocando rock. Eles estão mesmo se divertindo.

“De bar em bar pela noite”, “Essa tal de tequila”, “Beijos de corpo”, “Madrugada e meia”, um repertório inteiro na boca dos fãs. O público faz parte do show e é convidado pelo vocalista para uma grande “sacanagem conjunta” na música “Siririca baby”. A reação é unânime, muitas risadas quando ele pede para que as mulheres cantem “eu toco bronha” enquanto os homens respondem “siririca baby”.

O bis ficou por conta da mais clássica do repertório: “Abre essas pernas”. A conquista por meio do leilão reproduz uma cena de disputa entre Paulão e Juju. O duelo argumentativo termina em uma simulação de puro êxtase cômico.

O que ficaria para a história no entanto seria o encontro das bandas. Todos os integrantes do Velhas e do Bando se juntaram para tocar vários clássicos do Rock and Roll. De “Come Together” a “Sapato 36”, passando também por mais uma homenagem, desta vez conjunta, ao amigo Renato Fernandes, quando tocaram a música “Mutantes” com sua letra dizendo “o amor é a única coisa eternamente nova, o tempo passa e ele continua botando a gente à prova”.

“O Renatão é um sujeito que escrevia coisas no mesmo nível ou maior do que um cara como Cazuza ou Chico Buarque de Holanda. As pessoas não conhecem tanto a poética do Renato mas eu conheço porque a gente bateu muito papo, ele ficou lá em casa, a gente se encontrou várias vezes, tocamos juntos, um gênio, cara, um gênio, compondo e cantando. Teve muita influência de samba, de MPB, de dor de cotovelo, o Renato era um gênio cara, foi uma perda poderosa. Mas quem conheceu o Renato sabe que as coisas eram assim, ‘vamos queimar a vida do jeito que ela tem que ser’, então acho que a gente não tem o direito de ficar nem chorando e nem criticando, mas lembrar de uma lenda que ainda não foi justamente agraciada pela crítica e pelas pessoas. Um gênio cara, um gênio, poucas pessoas sabem disso” afirmou Paulão sobre Fernandes.

Na mistura que se deu no momento final da noite, cenas marcantes. Fábio Corvo solava com Fil, Juju desafiava os agudos de Rodrigo, Alex saía do teclado para assumir uma guitarra, Paulão empunhava um baixo, Bosco debulhava a bateria. A amizade ficava selada com uma bebida compartilhada. Cavalo com dois copos, Paulão abrindo uma Heineken no dente e dando de beber para Corvo, abraçando emocionado Rodrigo. Foi histórico, foi irrepetível.

Fotos e texto de André Patroni.

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