ASSOCIAÇÃO LUSO-BRASILEIRA DE CAMPO GRANDE - MS

Decano da ALBMS, Manuel Damião deixa exemplo de participação e alegria

A poucos meses de completar seu centenário, Manuel Cordeiro Damião (99) descansou. O sócio remido mais antigo da Associação Luso-Brasileira de Campo Grande MS partiu após as complicações decorrentes de uma pneumonia, mas deixou a marca da alegria e do entusiasmo em participar das atividades da colônia, desde a época do antigo Centro Beneficente Português.

Decano da ALBMS, Damião era figura presente nas sardinhadas, eleições e homenagens concedidas por autoridades aos portugueses e luso-descendentes em MS. A cobertura fotográfica sempre contava com um registro de Manuel sorrindo cercado de familiares e amigos.

Um dos momentos de destaque foi a celebração antecipada de seu aniversário de 96 anos durante a 14ª sardinhada em 2017. Na ocasião, Manuel quis manter o segredo para chegar tão bem tão longe. “Ah o segredo é velho, se for contar, Deus me livre” brincou.

"Ele viveu bem os 99 anos dele, dentro das limitações, mas com saúde, caminhando. Fazia questão de ir a todos os eventos da Associação. Só tenho palavras de carinho e reconhecimento. Foi um excelente filho, pai, uma pessoa boa, sempre de bom humor e que nunca fez mal a ninguém, era pacato" disse a membro do Conselho de Sócios Remidos, Maria de Fátima Leal Loureiro, sobrinha de Damião. "Ele ficava muito satisfeito quando tinha evento no Estoril, sempre encontrava alguns amigos e ficava feliz ao voltar e ver a comunidade e como o Clube ficou bonito. Ele se tornou um idoso aberto a conversas, ativo, bem humorado. Trabalhou muito como todos os portugueses, chegou novinho, labutou, tiveram que ajudar muito meu avô e as conquistas foram fruto de muito trabalho e sacrifício. Minha mãe morreu cedo e ele sempre esteve presente e ajudou. Merece todo o reconhecimento da colônia" contou, convicta.

Com o mesmo sentimento de gratidão o ex-presidente da ALBMS, Antônio Manuel Cordeiro Leal, também sobrinho de Damião, se lembra do tio. "Meu tio veio antes de nós para o Brasil e quando cheguei a Campo Grande em 1952 voltamos a morar todos juntos, até ele se casar. Mesmo depois ainda convivíamos na carpintaria do meu avô. Quando ganhei uma bicicleta de natal e fui aprender a andar em uma ladeira ele estava junto do meu pai no meu primeiro tombo. Também foi quem me ensinou a dirigir automóvel, eu devia ter uns 17 anos ele parou o carro e deu a chave. Aos domingos meu pai gostava de ir caçar na fazenda do meu avô e íamos junto com o tio Manuel. Se meu avô era praticamente um segundo pai, meu tio foi meu terceiro. Muita coisa do que aprendi na marcenaria foi com ele usando as suas ferramentas" relembrou saudoso Toninho. O sobrinho reforça que era raro vê-lo zangado. "Era uma boa alma, de ajudar os outros também. A força de querer viver dele sempre foi grande. Ano passado ele sofreu uma queda, quebrou o fêmur. Colocou prótese, enfrentou cirurgia, e passados 30 dias já estava indo com o filho na fazenda porque não queria ficar preso dentro de casa! A lucidez dele também era notável, se lembrava de quando veio para o Brasil, das informações de navio, de desembarque, de tudo ele sabia. Era um português porreta mesmo, vamos sentir falta dele" diz Leal, filho Beatriz Cordeiro Leal, irmã de Damião, que também contava com uma irmã de coração, Rosa da Silva Rodrigues, dona Rosita.

A presidente da Associação Luso-Brasileira de Campo Grande MS, Maria de Fátima Corado Gabriel, se lembra de Damião com a mesma leveza dos sobrinhos. "Uma pessoa alegre, divertida, muito querido, chegava no clube e eu já ia correndo o cumprimentar 'Ô Manuel, como é que tu estás?' e ele 'Ô, Fátima, como é que tu estás, tás bem Fátima?'. Uma pessoa muito querida, muito alegre, muito atuante desde a época do Centro Português e mesmo depois, com toda a idade e dificuldade, sempre fazia questão de participar dos eventos da colônia portuguesa. Muito querido mesmo, uma pessoa por quem tenho um carinho muito especial, não tenho palavras pra definir Manuel. Excelente pessoa, foi um bom pai, um exemplo" considera a presidente.

A todos os familiares e amigos, a ALBMS informa que o velório de Manuel Cordeiro Damião está marcado para acontecer hoje (02 de junho de 2021) das 8h às 10h na Pax Nacional da rua 13 de maio, número 4588, bairro São Francisco, com enterro no cemitério Santo Antônio.

Texto e fotos André Patroni.

Confira a biografia resumida do sócio remido Manuel Cordeiro Damião:

Filiação:
Antonio Ferreira Damião
Maria Conceição Cordeiro

Cônjuge:
Ozoriolina Monteiro Damião

Filhos:
Mário Edson Monteiro Damião
Ary Manoel Monteiro Damião

Netos:
Daniel, filho de Mário
Murilo e Letícia, filhos do Ary

Nascimento:
18 de novembro de 1921

Local:
Freguesia: Lavos (Carvalhais)
Conselho: Figueira da Foz
Distrito: Coimbra
País: Portugal

Profissão em Portugal:
Carpinteiro

Chegada ao Brasil:
20 de junho e 1946, no Porto do Rio de Janeiro

Chegada em Campo Grande:
Ano de 1946

Breve histórico:
Veio de Portugal pelo vapor Almirante Jaceguay numa viagem que durou 21 dias. Desembarcou no Rio de Janeiro, porém foi até a cidade de Santos no mesmo navio onde seu pai Antônio F. Damião o aguardava para trazê-lo para Campo Grande. Sempre atuou no ramo da carpintaria e marcenaria, na empresa fundada por seu pai "Carpintaria e Marcenaria Luzitania" cuja sede era na avenida Calógeras esquina com a rua Maracaju e na década de 1950 mudou-se para a rua Y Juca Pirama (atual Marechal Rondon) no bairro Amambaí. Também exerceu as atividades imobiliária (implantação do loteamento Jardim Panamá) e agropecuária. Participou de várias diretorias do Centro Beneficente Português.

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